Juros
Campos Neto renova queima de prêmio na ponta curta dos juros futuros
A leitura otimista dos comentários de Campos Neto, em evento nesta tarde, e uma nova rodada de alívio na inflação e nas expectativas para os preços na Focus neutralizaram a pressão dos contratos de curto prazo do DI e adiaram, por mais um dia, uma realização neste trecho da curva.
Durante palestra em SP, o presidente do BC disse que “o movimento de mercado abre espaço para a política monetária à frente”, que o “juro futuro caiu mais de 3% desde [a aprovação] do arcabouço [na Câmara]” e que “a expectativa (do mercado sobre juro) está indo na direção correta”.
As declarações consolidaram a aposta de que o Copom deve antecipar para agosto o início dos cortes da Selic.
Esta esperança foi ainda reforçada pelo novo ajuste em baixa nas expectativas da Focus para o IPCA em 2023 (de 5,69% para 5,42%), em 2024 (de 4,12% para 4,04%), em 2025 (de 4,00% para 3,90%) e em 2026 (4,00% para 3,88%).
A novidade do alívio nas projeções longas foi interpretada pelos analistas como sinal de que o mercado acredita que o CMN não mudará as metas de inflação, aumentando o espaço para a Selic cair logo.
Ainda hoje, as primeiras prévias de junho de três indicadores inflacionários perderam fôlego: IGP-M recuou 1,95%, após cair 1,13% na mesma leitura de maio; o IPC-S veio zerado, após alta de 0,08% no fechamento de maio; e o IPC-Fipe ficou em 0,11%, após avançar 0,20% em maio.
No fechamento, o DI jan/24 furou os 13% e caiu a 12,99%, de 13,023% na 6ªF. O DI jan/25 recuou a 11,05%, de 11,072%; e o jan/26, a 10,455%, de 10,459%. Já o jan/27 subiu a 10,53%, de 10,495%; o jan/29, a 10,90%, de 10,836%; e o jan/31, a 11,170% (máxima), de 11,086% (Mariana Ciscato)