Economia
Copom reduz ritmo e corta Selic em 0,25 pp, para 10,50%
[08/05/24] Da Redação do Bom Dia Mercado
O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou nesta quarta-feira (8) uma redução no ritmo de corte da taxa Selic e cortou a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 10,50%. A decisão interrompe um ciclo de seis cortes seguidos de 0,50 pp.
“O Comitê, unanimemente, avalia que o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade e expectativas desancoradas demandam maior cautela”, mostrou o documento do BC, ao justificar a decisão.
A decisão da reunião ficou bem dividida entre os membros, um temor do mercado. Cinco diretores votaram pelo corte de 0,25 pp: Roberto Campos Neto, Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Otávio Ribeiro Damaso e Renato Dias de Brito Gomes.
Pelo corte de 0,50 pp, votaram: Ailton de Aquino Santos, Gabriel Galípolo, Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira.
A decisão vem mesmo após o comitê antecipar um outro corte de 0,50 pp na reunião em março. Conforme antecipou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, um aumento das incertezas poderia acarretar em uma menor redução da Selic.
Após as seguidas surpresas na inflação dos Estados Unidos, os investidores passaram a apostar em juros altos por mais tempo, o que impactou as apostas de cortes no Brasil.
Outro ponto foi a piora da percepção fiscal do País, principalmente após o governo alterar a meta fiscal de 2025 de superávit de 0,25% do PIB para zero. O Copom, inclusive, comentou sobre o fiscal.
“O Comitê acompanhou com atenção os desenvolvimentos recentes da política fiscal e seus impactos sobre a política monetária”, mostrou o documento. “O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária.”
As projeções de inflação do Copom ficaram em 3,8% em 2024 e 3,3% em 2025. As projeções para a inflação de preços administrados são de 4,8% em 2024 e 4,0% em 2025.
Por fim, o Copom optou pela cautela e não antecipou novos cortes: “o Comitê, unanimemente, avalia que o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade e expectativas desancoradas demandam maior cautela”.