Juros
Juro curto fica estável após Campos Neto; médios e longos disparam
O juro curto fechou estável nesta sexta-feira, depois que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, alertou sobre o exagero nas apostas de alta de 0,50 ponto percentual na taxa Selic em setembro, mas a curva continuou embutindo a aposta de alta de meio ponto daqui a alguns dias.
Pela manhã, Campos Neto afirmou que o prêmio de risco na parte curta da curva não é compatível com a mensagem da ata. Ele não apenas insistiu que um eventual ajuste em alta da Selic será “gradual”, mas colocou em dúvida a necessidade de um aperto. “O ciclo de ajustes, se houver, será gradual”, afirmou.
Já os vencimentos médios e longos tiveram alta expressiva com um cardápio extenso de pressão: a alta dos juros dos Treasuries depois do PCE dentro do esperado, a escalada do dólar em boa parte da sessão, mesmo com os leilões do BC, preocupações fiscais, como a que turbina o auxílio-gás, e o déficit do setor público consolidado bem acima do esperado em julho, como mostrou o BC hoje.
Na semana, os médios e longos subiram em torno de 0,60pp. No mês, os curtos sobem em torno de 0,25pp diante da expectativa de alta da Selic. Do Jan27 em diante as altas ficaram em torno de 0,17pp.
No fechamento de hoje, o DI para Jan/25 ficou em 10,995% (de 10,991% no pregão anterior); e o Jan/26, a 11,880% (de 11,815%). O Jan/27 pagou 11,980% (de 11,775%). Jan/29 subiu a 12,165% (de 11,854%); e Jan/31, a 12,170% (de 11,847%).
(Ana Conceição)