Juros
Juros cedem com discursos de RCN, mas revisão do déficit limita recuo
Os juros futuros vinham em queda de mais de 0,10pp ao longo da sessão, tocados pelo otimismo dos discursos do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ontem e hoje, e pela aprovação na CAE do PL dos fundos offshore e exclusivos.
Mas no meio da tarde, a revisão do déficit primário deste ano para R$ 177,4 bilhões, R$ 36 bilhões mais que a previsão anterior, azedou o clima e as taxas frearam as baixas. Os DIs, contudo, conseguiram se manter descolados da alta dos Treasuries – puxada pelo aumento nas expectativas de inflação do consumidor americano – e do ganho tímido do dólar.
Em entrevista depois, o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, disse que o déficit ficará abaixo desses R$ 177 bilhões, algo entre R$ 140 bilhões a R$ 145 bilhões (1,3% do PIB), por causa do chamado empoçamento de recursos, que deve ficar acima dos R$ 30 bilhões.
Ainda como pano de fundo, o aumento de ICMS pelos Estados já provoca reações, como a da indústria farmacêutica, que disse que vai dar menos descontos nos preços, que são controlados. Segundo Campos Neto, o impacto deve ser de 0,10 a 0,20pp no IPCA 2024, mas há quem espere até 0,27pp.
No fechamento, contrato DI para jan/25 caiu a 10,500% (de 10,563%, ontem); o jan/26, a 10,245% (de 10,307%). O jan/27, a 10,360% (de 10,438%); o jan/29, a 10,770% (de 10,832%). O jan/31 subiu a 10,980% (de 11,028%) e o Jan/33, a 11,050% (de 11,102%). (Ana Conceição)