Juros
Juros futuros afundam com dólar e promessa fiscal
A curva de juros futuros (DI) mergulhou nesta quinta-feira, cumprindo o roteiro de alívio contratado desde a noite de quarta-feira.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, manifestou a disposição do governo em cortar R$ 26 bilhões em despesas do Orçamento do ano que vem, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o cumprimento do arcabouço fiscal a qualquer custo.
A guinada na retórica levou o dólar a furar os R$ 5,50, catalisando movimento de queda expressiva nos juros futuros.
Seja como for, como disse um profissional de mercado, o mercado é didático e raramente dorme 100% vendido. Por isso, ainda quer ver as promessas fiscais do governo se transformarem em medidas concretas e não eliminou de vez da curva do DI as apostas em alta da taxa Selic no próximo Comitê de Política Monetária (Copom).
A probabilidade de 24%, no entanto, é bastante inferior aos 80% da última terça-feira, no pico de estresse com os ataques de Lula a Roberto Campos Neto.
Amanhã, os negócios passam pelo teste de fogo do payroll, o relatório de emprego mais importante dos Estados Unidos. Se vier fraco, o indicador pode abrir mais uma onda de queima de prêmios de risco nos juros futuros.
O DI Jan/25 fechou na mínima de 10,610% (contra 10,695% no pregão anterior); Jan/26, a 11,275% (de 11,530%); Jan/27, a 11,590% (de 11,840%); Jan/29, a 11,990% (de 12,200%); e Jan/31, a 12,130% (de 12,270%).
(Mariana Ciscato)