Juros
Juros futuros afundam com IPCA esvaziando risco de alta da Selic
A curva de juros futuros (DI) mergulhou nesta quarta-feira, tendo o IPCA de junho como protagonista do alívio. O índice oficial de inflação desacelerou de 0,46% em maio para 0,21%, abaixo do piso das estimativas (0,27%).
O mercado gostou de saber que os preços de serviços, foco principal de atenção do Banco Central, estão perdendo fôlego. A surpresa positiva com a inflação continuou limpando da curva as apostas especulativas de uma alta da Selic no Copom deste mês, que chegaram a 80% na semana passada, no pico do estresse.
De lá para cá, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva interrompeu a guerra particular contra Roberto Campos Neto e autorizou um corte nas despesas obrigatórias no ano que vem, provocando uma melhora importante na percepção fiscal.
O investidor opera agora em compasso de espera pelo anúncio do contingenciamento do governo, no próximo dia 22, dentro do relatório bimestral de receitas e despesas.
Além do ambiente doméstico mais desanuviado, também o clima positivo no exterior ajudou hoje os juros futuros a queimarem prêmio de risco. Na véspera do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), o mercado mantém no radar a esperança de o Fed cortar juro em setembro.
No fechamento, o DI Jan/25 projetava taxa de 10,525% (contra 10,570% no pregão anterior); Jan/26, 11,085% (de 11,187%); Jan/27, 11,325% (de 11,472%); Jan/29, 11,655% (de 11,844%); e Jan/31, 11,760% (de 11,930%).
(Mariana Ciscato)