Juros
Juros futuros fecham em alta em dia de fuga do risco e turbulência política
Os juros futuros fecharam perto das máximas do dia na B3, alcançadas já no fim da sessão, após o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) desmarcar reunião prevista para hoje à noite para discutir o arcabouço fiscal.
Lira não teria gostado das declarações de Fernando Haddad (Fazenda) durante entrevista a Reinaldo Azevedo, de que a Câmara, hoje, tem muito poder e não pode usá-lo para “humilhar o Senado e o Executivo”. Ao contínuo ao de Lira, Haddad disse que não foi sua intenção criticar a atual legislatura.
Antes disso, os juros já vinham estressados pela fuga de risco que marcou o mercado doméstico hoje. À preocupação com a economia da China se juntaram as primárias na Argentina, vencidas pela extrema direita que, teme-se, pode desestabilizar mais a economia local. O governo vizinho elevou os juros em 21 pp e desvalorizou o peso em 22% para tentar conter a turbulência.
O mercado ainda teve como pano de fundo a expectativa de um novo reajuste de combustíveis pela Petrobras, declarações da diretora do BC Fernanda Guardado, e a alta dos retornos dos Treasuries. A T-note de 2 anos quase bateu em 5% e a de 10 anos foi à máxima de nove meses.
Durante a live semanal do BC, Guardado afirmou que a desinflação no Brasil está lenta e que há risco de que o mundo conviva com uma inflação mais alta e persistente.
No fechamento, o contrato de DI para jan/24 subiu a 12,450% (contra 12,418%, na 6ªF); o jan/25 subiu a 10,455% (de 10,318%); o jan/26, a 9,965% (de 9,809%). O jan/27 subiu a 10,145% (de 9,986%); jan/29, a 10,680% (de 10,532%); e o jan/31 subiu a 11,000% (de 10,847%). (Ana Conceição)