Juros
Juros futuros saltam com piora da percepção de risco fiscal
Os juros futuros deram um salto na B3 com a piora na percepção do mercado financeiro sobre o risco fiscal no país. Ontem, investidores já tinham embutido mais prêmio de risco aos DIs após o Planejamento informar que seriam necessários R$ 168 bilhões para chegar ao déficit fiscal zero em 2024.
No início da noite de 4ªF, o governo obteve vitória no Senado com a aprovação do PL do Carf, mas logo em seguida foi abatido pela aprovação, na Câmara, do projeto que prorroga a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores e reduz a contribuição previdenciária de municípios. Só com as prefeituras a conta deve chegar a R$ 11 bilhões.
Em entrevista antes da entrega do Projeto de Lei Orçamentária Anual 2024 (PLOA), Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento) tentaram passar certa tranquilidade dizendo que o Orçamento está equilibrado, com receitas factíveis, e que a Receita Federal tem sido conservadora na projeção de receitas recorrentes. O mercado não tomou nota.
No saldo do mês, que compreende o dia em que o Copom baixou o juro em 0,50pp (2 de agosto), os DIs de curto prazo registram queda (Jan24 -0,17pp, e Jan25 -0,05pp), mas os longos – mais atados ao futuro das contas públicas – sobem mais de 0,30pp.
No fechamento do dia, o contrato de DI para jan/24 subiu a 12,395% (de 12,367%, ontem); o jan/25 avançou a 10,545% (de 10,433%); o jan/26, a 10,165% (de 9,979%). O jan/27 subiu a 10,380% (de 10,135%); jan/29, a 10,840% (de 10,616%); e o jan/31, a 11,120% (de 10,899%). (Ana Conceição)