Juros
Juros futuros sobem com fraco cenário fiscal
A redução a zero do valor do contingenciamento feito em julho, além de receitas ainda superestimadas no 4º relatório bimestral, anunciados na noite de sexta-feira, deram o tom do mercado de juros futuros (DIs) na B3.
Afinal, o esforço fiscal para 2024 foi reduzido em R$ 1,7 bilhão, enquanto o mercado esperava aumento entre R$ 5 bilhões e R$ 10 bilhões. Embora analistas vejam como possível o governo cumprir a banda inferior da meta fiscal (-0,25% do PIB), há críticas quanto ao fato de esse objetivo ser conseguido com receitas extraordinárias e à ausência de cortes mais efetivos de gastos.
A piora nas expectativas de inflação no Focus também contribui para aumentar os prêmios nos DIs. Houve deterioração na mediana de 2024 (4,35% para 4,37%), 2025 (3,95% para 3,97%) e 2026 (3,61% para 3,62%).
A Selic para o fim deste ano subiu de 11,25% para 11,50%, a de 2025 ficou em 10,50%. No sistema de expectativas do BC, a mediana da Selic para o próximo Copom, em 6 de novembro, é de 11,25%, ou seja, de um aumento de 50 pontos-base.
Os comentários de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, sobre a possibilidade de elevação de um grau na nota do Brasil (ainda sem alcançar nota de investimento) até 2025 fez os juros saírem das máximas. Mas a alta ainda foi significativa.
No fechamento, o DI Jan26 subiu a 12,240% (de 12,190% na sessão anterior); o Jan27, a 12,345% (12,252%); Jan29 a 12,475% (12,374%); Jan31 a 12,490% (12,382%); e Jan33 a 12,450% (12,344%).
(Ana Conceição)