Juros
Saia justa de Lula na véspera do Copom traz volatilidade aos juros futuros
Faltando um dia para o Copom, em que o mercado cobra placar unânime para preservar a credibilidade, os ataques do presidente Lula contra Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, deram uma mexida na curva dos juros futuros.
Não se espera para valer um novo corte da Selic, mas parte dos investidores resolveu jogar as fichas nesta aposta, como oportunidade de ganho, no caso de uma eventual zebra no resultado. Ainda que a previsão de Selic estável siga majoritária, o “efeito Lula” coloca o diretor Gabriel Galípolo em uma saia justa.
Ele corre agora o risco de perder o favoritismo como potencial sucessor de Campos Neto, caso decida enfrentar a pressão do Planalto e votar pela manutenção do juro, diante da desancoragem das expectativas de inflação, desafios fiscais e câmbio depreciado.
Os comentários de Lula também resgatam o temor de uma política monetária menos conservadora a partir do ano que vem, quando Campos Neto já não estará mais no comando do BC.
Sem descartar uma surpresa dovish no Copom de amanhã, no fechamento, o DI para Jan25 caiu a 10,655% (de 10,690% na véspera). Jan26 ficou praticamente estável, a 11,275% (de 11,285%); Jan27 subiu a 11,620% (de 11,590%); Jan29 cravou 12,000% (de 11,945%); e Jan31 avançou a 12,140% (de 12,070%).
(Mariana Ciscato)