Morning Call

Investidor deve manter a cautela antes do feriado

Atualizado 05/09/2023 às 23:44:07

Por Rosa Riscala e Mariana Ciscato*

[6/9/2023]

… O cenário externo voltou a conduzir os mercados domésticos com novos dados que confirmaram a desaceleração da economia chinesa, apesar dos estímulos recentes, e o enfraquecimento da atividade na zona do euro, em meio à escalada dos preços do petróleo, que levou o Brent a US$ 90, renovando os riscos de inflação e as apostas de que os juros continuarão elevados por mais tempo. Hoje, são importantes mais dois índices de atividade nos EUA, a fala de dois Fed boys e o Livro Bege. No Brasil, na véspera do feriado de 7 de Setembro, os investidores devem manter a cautela. Na agenda dos indicadores, o IGP-DI de agosto (8h) é o único destaque, com estimativa de acelerar 0,14% na mediana de pesquisa Broadcast, entre o piso de -0,25% e o teto de +0,39%.

… Na volta do Labor Day em NY, os yields americanos voltaram a subir firme, embora a expectativa de manutenção dos juros no Fomc de setembro permaneça inabalada, enquanto o dólar ganhou força e as bolsas tiveram um dia de perdas.

… No Brasil, o sentimento de aversão ao risco foi replicado na curva a termo do DI, no dólar e no Ibovespa, que só não registrou queda maior, porque Petrobras segurou a onda, com o petróleo garantindo ganhos robustos para os papéis (abaixo).

… Em live do Bradesco Asset, a diretora de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos do BC, Fernanda Guardado, comentou que as incertezas sobre a inflação persistente no exterior e manutenção de juros elevados são os principais riscos no curto prazo.

… “A economia nos EUA tem sido constante fonte de surpresa positiva, mas entra num período de mais incertezas sobre como vai performar em 2024. Vemos algumas nuvens se formando”, disse ela, “e isso poderá ser um problema.”

… A inflação foi tema do diretor do Fed Christopher Waller, para quem o BC americano deve manter os juros elevados até a queda relevante, e da presidente do Fed/Cleveland, Loreta Mester, que admitiu “ir um pouco além” no aperto monetário.

… Um estudo do Fed/San Francisco divulgado ontem aponta que, ao contrário da ideia de que os efeitos da política monetária são neutros a longo prazo, o impacto poderá se estender durante, “pelo menos”, 12 anos na economia.

… Segundo a análise, as altas de juros afetam o potencial produtivo da economia, à medida que as empresas tendem a cortar os investimentos em todas as categorias, inclusive em pesquisa e desenvolvimento, o que gera consequências a longo prazo.

… Para a distrital de San Francisco, a ideia de que a política monetária só teria efeito a curto prazo pode fazer com que dirigentes estejam “menos preocupados [do que deveriam estar] com o risco de uma política excessivamente restritiva”.

… Hoje, estão previstos os discursos de Susan Collins (Fed/Boston), às 9h30, e de Lorie Logan (Fed/Dallas), às 16h25.

… Entre os indicadores, saem o PMI de serviços da S&P Global (10h45), que marcou 52,3 em julho, e o mesmo dado do ISM (11h), que vem de 52,7. Ambos são referentes a agosto. Já à tarde, o mercado monitora o Livro Bege do Fed (15h).

… Ainda pela manhã, o presidente do BoE inglês, Andrew Bailey, participa de sessão no Parlamento Britânico (10h15).

FEBRABAN REAGE – Ontem à noite, logo após a Câmara aprovar o Desenrola, que conta com uma cláusula estabelecendo teto de 100% de juros no rotativo do cartão de crédito, a Febraban reforçou seu posicionamento contra “limites artificiais”.

… O texto inclui uma emenda dando aos bancos 90 dias para apresentar a sua proposta de redução dos juros do rotativo e obter a aprovação no CMN. Se isso não acontecer, as taxas serão estabelecidas em, no máximo, 100% do valor da dívida.

… “Preocupa a adoção de limites oficiais de preços de qualquer espécie. Limites artificiais de juros impactam na oferta de crédito, pois carregam o risco de torná-lo não sustentável”, afirmou nota da Febraban, criticando um possível teto para o rotativo.

… Segundo os bancos, a medida pode tornar “inviável economicamente” uma parcela relevante dos cartões de crédito.

… A entidade afirmou que pretende apresentar em 90 dias uma solução de mercado, “perseguindo um caminho que dilua o risco de crédito entre os elos da cadeia e elimine os subsídios cruzados, numa transição sem rupturas do produto”.

… Para os bancos, os juros da modalidade são altos, porque financiam o parcelamento de compras sem juros no cartão de crédito.

… O relator incluiu no seu novo parecer um dispositivo para deixar claro que a limitação vale apenas para as taxas do rotativo do cartão de crédito e para a modalidade de parcelamento com juros, sem tratar das compras parceladas sem juros.

… No âmbito da autorregulação, o texto também incluiu um trecho determinando que os bancos submetam ao CMN anualmente uma proposta para o teto de juros nas modalidades de rotativo e no parcelamento de faturas.

… Além disso, estabelece que todos os instrumentos de pagamento pós-pago serão abrangidos pela medida de autorregulação do limite dos juros. Originalmente, o relatório falava diretamente de emissores de cartão de crédito.

… O rotativo entrou no Desenrola, que facilita a renegociação de dívidas junto aos bancos e teve início no dia 17 de julho.

… Ainda ontem à noite, a Câmara aprovou requerimento de urgência para votação do projeto de compensação do ICMS, que trata do acordo feito pela União com os Estados para repor perdas de R$ 27 bilhões com a arrecadação do imposto em 2022.

… Em meio à pressão dos prefeitos, os parlamentares discutem incluir no PL uma saída para aumentar os repasses de recursos aos municípios, com uma antecipação e uma espécie de “cota-extra” do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

PT REAGE – O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), afirmou, nesta 3ªF, que recebia “com satisfação” a notícia de que o governo está discutindo uma proposta de reforma administrativa. Mas ele sabe que a história é bem mais complicada.

… A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, já saiu logo cedo dando o tom de oposição do partido.

… Em recado a Lira, disse: “Parem de criminalizar o serviço público. 70% do funcionalismo ganha até R$ 5 mil. A Câmara não pode votar contra o projeto que ganhou nas urnas. Não é hora de reforma administrativa e, sim, de taxar os super ricos”.

… E sobrou também para o mercado: “Mais uma vez, o mercado financeiro querendo impor a sua pauta como se conhecesse a realidade brasileira. Até aqui erraram todas as previsões. É muita arrogância e prepotência.”

… Outros petistas se manifestaram: “A reforma administrativa é a pauta do governo derrotado. A vitória de Lula é o aceno para priorizarmos o serviço público no Brasil e não diminuir o seu tamanho”, afirmou o deputado Rogério Correia (PT).

… O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT), disse que a reforma administrativa não é prioridade do governo. “Não é pauta do governo, nem é pauta do País. É uma espécie de alma penada que perambula pela Câmara.”

… Partidos de esquerda aderiram aos protestos: “Para mim, essa reforma decompõe o Estado brasileiro, afastando o povo das políticas públicas. Vamos derrotá-la novamente”, declarou a deputada federal Alice Portugal (PCdoB).

… Ainda pela manhã, a ministra Simone Tebet saiu pela tangente, dizendo que o foco no momento é a aprovação da reforma tributária no Senado e que a discussão sobre a administrativa deve ficar para o ano que vem.

… À tarde, Haddad disse que apoiaria os projetos que vetam supersalários e padronizam a realização de concursos públicos. Mas, como disse Lira, “a questão dos supersalários e penduricalhos, a Câmara já votou e está no Senado”.

… À noite, foi a vez de a ministra Esther Dweck, que lidera as discussões sobre o tema no governo, botar panos quentes. “Nós temos uma discussão ampla de modernização do Estado desde o dia 1º de janeiro. Não é uma reação contra Lira.”

… Para ela, o tema é prioridade do Ministério, “mas o governo vai analisar quando irá dar celeridade ao assunto.”

… Segundo Lira, o País está em corner. “De um lado, há pouco espaço para cortar despesa e, de outro lado, a sociedade não aceita aumento de carga tributária. E há pressão enorme por aumento real de despesas. Quero ajudar o governo e o País.”

APOSTAS ESPORTIVAS – Câmara deve incluir na tributação também os cassinos online, já que 70% do faturamento dos sites vem desse tipo de operação. Lira disse que a novidade poderá constar do texto, ainda que enfrente resistência dos evangélicos.

… O relator do projeto, deputado Adolfo Viana (PSDB), avalia, ainda, reduzir a cobrança sobre as empresas, já que a alíquota de 18% deixaria os sites instalados no Brasil em desvantagem ante seus concorrentes sediados em paraísos fiscais.

… Viana também estuda rever a taxação ao apostador, que deixaria de pagar a cada prêmio, recolhendo o imposto a cada 90 dias.

… A equipe econômica previu uma arrecadação de R$ 700 milhões no Orçamento/24 com a nova cobrança, mas há estimativas de que o montante possa chegar a R$ 12 bilhões num mercado totalmente regulado. Deputados falam em até R$ 25 bilhões.

… Além da taxação das apostas, o governo deverá cobrar uma outorga dos sites que desejam operar no Brasil, de R$ 30 milhões.

… O PL das apostas esportivas tranca a pauta a partir de 9 de setembro por tramitar em regime de urgência pedido pelo governo.

SAI HOJE? – Após semanas de negociações por mudanças no primeiro escalão, o PP sinalizou ao governo sua disposição de aceitar o comando do Ministério do Esporte, desde que a pasta seja turbinada, informou o Valor.

… Apesar disso, parlamentares do Centrão acreditam que o anúncio só será feito após Lula voltar da Índia, para onde viaja na 5ªF.

MAIS AGENDA – O BC divulga os dados semanais do fluxo cambial às 14h30. Campos Neto (BC) tem agenda, em São Paulo, com representantes dos bancos hoje (11h): Itaú, Bradesco, Santander, Nubank e Febraban.

LÁ FORA – Nos EUA, a balança comercial de julho sai às 9h30. O BC do Canadá decide juro às 11h.

… No início da noite de ontem, o Chile desacelerou o ritmo de corte do juro de 100 pb para 75 pb, a 9,5%.

JAPÃO HOJE – O vice-ministro das Finanças para Assuntos Internacionais, Masato Kanda, disse que as autoridades japonesas não descartarão quaisquer opções sobre o câmbio para estabilizar o iene.

… A declaração veio em resposta a movimentos especulativos que levaram o dólar a se aproximar de 148 ienes.

INFLAÇÃO NA VEIA – A rápida volta do petróleo para a faixa dos US$ 90 apressou os mercados globais a calcularem o impacto inflacionário, que limita o espaço de cortes de juro pelo Fed e também pelo Copom.

… Sai cada dia mais de cena a esperança no pace de queda de 0,75pp para a Selic, enquanto nos EUA, o Fomc pode até já ter terminado o ciclo de aperto, mas deve ter que manter o juro em nível elevado por mais tempo.

… As taxas dos Treasuries escalaram lá fora e impuseram prêmio de risco na curva do DI, embalada ainda pela pressão do dólar, que superou R$ 4,98 na máxima do dia e volta a flertar com a marca psicológica dos R$ 5,00.

… Os sauditas anunciaram nesta 3ªF que vão estender os cortes voluntários na produção de petróleo em 1 milhão de bpd até dezembro. A Rússia vai reduzir a oferta em 300 mil bpd no último trimestre do ano.

… Na reação a tudo o que será enxugado do mercado, o Brent chegou a tocar US$ 91 e o WTI cravou US$ 88 o barril no pico do dia. No fechamento, subiam 1,17%, a US$ 90,04, e 1,33%, a US$ 86,69, respectivamente.

… Segundo a Oanda, “a Opep+ parece estar empenhada em manter o mercado petrolífero restrito, independentemente do custo para a economia global”. Já a CMC Markets disse que a extensão dos cortes é “má notícia” em termos de inflação.

… O movimento de alta dos yields dos Treasuries engatilhado pela leitura inflacionária da oferta menor da commodity foi seguido à risca pelos juros futuros na B3, com os vencimentos longos subindo em torno de 15pbs.

… O jan/27 foi a 10,470% (de 10,375%); jan/29, a 10,960% (de 10,822%); e o jan/31, a 11,240% (de 11,089%). Jan/26 avançou a 10,270% (de 10,205%); jan/25 pagou 10,615% (de 10,593%); e jan/24, 12,375% (de 12,366%.

… O petróleo mais caro esvazia a flexibilidade do Copom para acelerar os cortes do juro e pode puxar a régua da Selic terminal em 2024. A mediana do mercado na pesquisa Focus está em 9,00%, mas a tendência é subir.

… A queda da produção industrial de julho (-0,6%) ante junho, no dobro mediana das estimativas (-0,3%), não conseguiu aliviar a pressão dos DIs, embora tenha sido lida como sinal de desaceleração da atividade.

… Enquanto o segmento de bens de consumo (1,4%) subiu, o de bens de consumo duráveis teve queda mais intensa (-4,1%). Recuaram ainda bens de capital (-7,4%) e bens intermediários (-0,6%).

O BOOM – Apesar da fraqueza da indústria, o mercado ainda continua sentindo os reflexos do PIB/2Tri forte e segue se ajustando às expectativas oficiais de que a economia doméstica vai crescer em torno de 3% este ano.

… Ontem, em mais uma onda de revisões otimistas, o Citi elevou a sua projeção do PIB de 2023 de 2,3% para 3,1%; Santander Asset puxou sua estimativa de 2,2% para 3%, e o Bradesco melhorou de 2,1% para 2,7%.

… O banco reiterou a previsão de déficit de 0,7% do PIB no setor público em 2024, indicando o ceticismo em relação à meta fiscal, quando até mesmo Haddad admite que zerar o rombo é um compromisso “ambicioso”.

… A alta do dólar em escala global não poupou o real, embora a depreciação do câmbio no Brasil tenha sido menor do que seus pares. O dólar à vista subiu 0,82%, a R$ 4,9754. Na máxima intraday, bateu R$ 4,9865.

… No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana para outubro avançou 0,50%, para R$ 4,9845.

NA CAUDA DO FOGUETE – O rali acionado pela Petrobras com o petróleo desperta expectativas positivas para o papel da estatal. Já ontem mesmo, o BofA decidiu elevar o peso da petrolífera na carteira LatAm de 5% para 9%.

… Segundo o banco, a decisão reflete o recente aumento da recomendação das ações da companhia para compra e a exposição da empresa ao petróleo, diante da previsão de preço da commodity acima do consenso.

… Na liderança dos ganhos do Ibovespa nesta 3ªF, Petrobras ON disparou 4,60%, a R$ 36,82. Na quarta melhor colocação do índice à vista veio Petrobras PN, com valorização de 3,34%, negociada a R$ 33,37 no fechamento.

… A arrancada dos papéis limitou a queda do Ibovespa a 0,38%, aos 117.331,30 pontos, mas foi insuficiente para virar a bolsa, porque os bancos caíram em bloco e Vale, que sozinha responde por 15% do Ibov, também recuou.

… Apesar de a incorporadora chinesa Country Garden ter conseguido estender o vencimento de um bônus, evitando um default, o setor de mineração e siderurgia sentiu a fraqueza do PMI de serviços da China.

… Vale devolveu uma pequena parte (-0,43%) dos lucros recentes e fechou valendo R$ 69,10. CSN Mineração ON perdeu 1,81%; Metalúrgica Gerdau PN, -1,90%; Gerdau PN, -1,49%; CSN ON, -1,67%; e Usiminas PNA, -0,43%.

… Os papéis do setor financeiro reproduziram o risk-off do dia: Bradesco PN (-2,15%; R$ 14,58), Itaú (-1,50%; R$ 26,99), Bradesco ON (-1,22%; R$ 12,98), Santander unit (-1,14%; R$ 26,90) e BB ON (-0,36%; R$ 47,10).

… Com apreciação do petróleo e do dólar, CVC (-5,81%), Azul (-4,86%) e Gol (-4,70%) disputaram com Via (-7,14%) as piores baixas do dia. A varejista opera em meio a rumores de que vai pedir recuperação judicial.

… Em uma nova tentativa para reduzir a sua alavancagem, a companhia protocolou na CVM nesta 3ªF um pedido de registro de oferta primária de ações ordinárias, que deve movimentar R$ 981,098 milhões.

… PetroReconcavo, que começou a ser negociada no Ibov esta semana, ficou ontem entre as maiores perdas (-5,49%) ontem, com a decisão da Petrobras de encerrar o processo de desinvestimento do Polo Bahia Terra.

… Outra estreante, Vamos se destacou na lista negativa (-5,25%), a R$ 11,55, realizando lucros da véspera.

OPORTUNIDADE – Apesar de o Ibov não vir dando muitas alegrias nos últimos tempos (agosto foi um mês de cão), chamou atenção ontem o fato de dois grandes bancos terem traçado perspectivas positivas para a bolsa.

… Para o Santander, o índice à vista está descontado e deve se recuperar nos próximos 6 a 12 meses. O banco nota que os investidores locais estão mais otimistas em relação às ações brasileiras do que alguns meses atrás.

… Analista da instituição avalia que a situação fiscal e as potenciais intervenções governamentais nas empresas públicas já não são uma fonte significativa de preocupação, embora a cautela com a China esteja no radar.

… “Quanto ao fluxo, o volume de recursos para a bolsa não vai melhorar repentinamente, mas será natural que a migração aconteça à medida em que a Selic for sendo cortada”, afirmou o analista Ricardo Peretti.

… Também o BofA está otimista. Embora o mercado não precifique mais uma aceleração no ritmo de corte da Selic, a flexibilização monetária para a bolsa ainda não foi sentida por completo, na avaliação de estrategistas.

… “Investidores na nossa enquete anual esperam que haja rotação de recursos para ações quando a Selic alcançar os 10%”, dizem, destacando que a saída de fundos locais já desacelerou nos últimos três meses.

… Apesar da performance fraca das ações brasileiras nos últimos dois meses, o BofA segue com recomendação “overweight” (equivalente a compra) no País em seu portfólio. “Há espaço para valuations mais altos.”

NÃO SOBE, MAS NÃO CAI – O petróleo está voando, mas o mercado ainda duvida de um Fed hawkish e aposta na pausa pelos próximos meses. Mas a tendência é que o ciclo de corte do juro comece mais tarde.

… O barril, que dizem que pode investir a US$ 100, agita o cenário inflacionário e levou ontem o índice DXY (+0,67%, a 104,807 pontos) a flertar com a linha dos 105 pontos na máxima e disparou os juros dos Treasuries.

… O retorno da Note-2 anos foi a 4,957%, de 4,886% antes do Labor Day, e o de 10 anos, a 4,257%, de 4,167%.

… Antes do petróleo, o mercado global já abriu tenso com as quedas dos PMIs de serviços na China e zona do euro (47,9), que acusou mais um sinal de alerta para a economia do bloco, com a deflação do PPI (-0,5%) em julho.

… Já a China, mesmo mantendo os serviços em território de expansão (51,8), causou preocupação pela forte desaceleração em relação a julho (54,8). O Danske Bank cortou a projeção de crescimento do país de 5,8%, há três meses, para 4,8%.

… O estresse redobrado do dia levou o dólar a assumir seu status defensivo contra os seus três principais rivais: o euro caiu 0,65%, a US$ 1,0726; a libra esterlina recuou 0,49%, a US$ 1,2564; e o iene, -0,83%, a 147,73/US$.

… A dose dupla de cautela desencadeada pelo petróleo e pela China derrubou as bolsas em NY na volta do feriado: Dow Jones, -0,56% (34.642,10 pontos); S&P 500, -0,42% (4.496,82 pts); e Nasdaq, -0,08% (14.020,95).

EM TEMPO… JBS confirmou emissão de bonds de 10 a 30 anos no valor de US$ 2,5 bilhões.

VALE. Ativa Investimentos reduziu preço-alvo da ação da mineradora de R$ 92 para R$ 84, reiterando recomendação neutra…

… Revisão incorporou a alteração de premissas de custos, preço do minério, expectativas com a divisão de metais básicos e condições macro.

PETRORIO. Goldman Sachs atingiu participação acionária na companhia de 5,01%, passando a deter o equivalente a 44.489.766 de papéis PN.

LIGHT. Conselho de administração desistiu do pedido de recuperação judicial feito em maio à 3ª Vara Empresarial do Rio…

… No momento em que a desistência for formalizada, a Light passará a negociar diretamente com os seus credores; sua dívida é estimada em R$ 11 bilhões…

… Conselho aprovará desistência de recuperação judicial ser houver acordo com credores; acordo prevê troca de 30% a 40% da dívida por ações; restante da dívida será alongada por 10 anos…

… Acordo estima injeção de R$ 1,5 bi a R$ 2,0 bi na empresa; ideia é fechar acordo em 30 dias para dar tração à renovação da concessão.

ENERGISA informou que “não há qualquer deliberação ou aprovação” relativa à busca de potenciais sócios para ativos de transmissão, em comunicado a questionamento da CVM sobre notícias veiculadas na mídia.

EQUATORIAL afirmou, em resposta à CVM, que não há qualquer definição, decisão ou documento sobre a possibilidade de parceria com investidores financeiros para investimentos em ativos de transmissão de energia.

SUZANO fará 10ª emissão de debêntures, no valor de R$ 2 bilhões, em série única.

VITRU vai migrar da Nasdaq para a B3, movimento inédito no Brasil; empresa espera concluir migração no final de 2023 ou no começo de 2024.

AMERICANAS SA. 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça de SP deu vitória ao Bradesco em processo que tenta dificultar uma eventual venda do patrimônio dos acionistas de referência da empresa…

… Banco é credor de R$ 4,7 bilhões contra a varejista…

… CPI da Americanas deve votar o relatório final somente daqui a duas semanas, após a presidência da comissão conceder vistas coletivas ao documento.

AOS ASSINANTES DO BDM, BOM DIA E BONS NEGÓCIOS!

*com a colaboração da equipe do BDM Online

AVISO – Bom Dia Mercado, produzido pela Mídia Briefing, não pode ser copiado e/ou redistribuído.

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