Morning Call

NY amanhece à espera do auxílio-desemprego

Atualizado 07/08/2024 às 23:52:51

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Por Rosa Riscala e Mariana Ciscato*

[08/08/24]

… Os dados do auxílio-desemprego (9h30) nos Estados Unidos ganham relevância especial nesta 5ªF, após o maior aumento em quase um ano na semana anterior, atribuído à greve das montadoras e ao furacão Beryl. As previsões na Bloomberg são de queda de 9 mil nos pedidos iniciais, para 240 mil. Se vier uma nova alta, pode reacender a crise detonada pelo payroll. Ainda lá fora, México e o Peru decidem juros e a China divulga inflação no final da noite. No Brasil, Campos Neto (9h) e Galípolo (17h) dão palestras e podem abordar o cenário externo mais adverso, que pressiona o câmbio e já abre a possibilidade de um aumento da Selic – segundo alerta na ata do Copom. Na B3, mais dez empresas divulgam seus balanços hoje, incluindo Petrobras, todos após o fechamento dos mercados.

… De acordo com levantamento do Broadcast com seis casas (Itaú BBA, UBS, Santander, Safra, BTG Pactual e Ativa Investimentos), o lucro da Petrobras deve ficar em torno dos R$ 14,7 bilhões (média), 48,7% menor do que há um ano.

… Ilan Arbetman, analista de energia da Ativa Investimento, disse que o primeiro resultado da gestão de Magda Chambriard será afetado pelo desembolso de R$ 11,9 bilhões do acordo entre a Petrobras e o Carf. “Excluído esse efeito, seguirá perto dos anteriores.”

… A previsão para a receita é de R$ 129,2 bilhões (alta de 13,5%) e para o Ebitda, de R$ 66,6 bilhões (+17,7%)

… A grande expectativa, no entanto, continua sendo a distribuição de dividendos pela Petrobras, que ainda retém metade dos dividendos extraordinários de 2023. O Itaú BBA espera pelo menos R$ 10,1 bilhões em proventos no 2Tri e o UBS, R$ 14,9 bilhões.

… À espera do balanço, os papéis da Petrobras tiveram pequenas quedas no Ibov, ignorando a alta do petróleo, enquanto as ações do BB, que divulgou seus números após o fechamento, caíram 1,31%. Confira abaixo no Em tempo… os resultados de ontem à noite.

… Estão ainda no calendário de hoje: Assaí, B3, Cyrela, Hapvida, Lojas Renner, Magazine Luiza, Petrorecôncavo, Sabesp e Yduqs.

… Nesta 4ªF, o Ibov resistiu à virada das bolsas em NY após leilão malsucedido de Notes-10 anos estimular vendas das big techs, e fechou positivo, enquanto o câmbio foi favorecido pela queda do iene e ajudou a manter os juros em baixa (leia abaixo).

MAIS AGENDA – Aqui, saem a primeira prévia de agosto do IPC-S (8h) e os dados regionais da produção industrial de junho (9h). Lula faz reunião ministerial às 9h30. Haddad antecipou em um dia o fim das férias para participar.

LÁ FORA – Além do auxílio-desemprego, saem nos EUA os estoques no atacado (11h), com previsão de alta de 0,2% em junho. O Fed boy Tom Barkin participa de evento às 16h. O BC do México decide juro às 16h e do Peru, às 20h.

A RÉGUA DO DÓLAR – Pela matemática dos economistas do UBS BB, a taxa de câmbio precisaria cair abaixo dos R$ 5,55 para evitar nova alta da Selic, neste momento em que o dólar entra como variável-chave do Copom.

… Esta semana, a ata deixou explícita a intenção de aumentar o juro se o risco do câmbio não for neutralizado.

… Segundo os cálculos da equipe do UBS BB, se a moeda americana permanecer perto do R$ 5,65 (como ainda está agora), o BC deve se sentir mais propenso a aumentar a política monetária em meio ponto na reunião de setembro.

… Um estresse maior, com dólar próximo de R$ 6,00, colocaria no radar aumentos mais agressivos ao longo do ano.

… Uma volta a R$ 5,55 poderia representar “uma escolha difícil entre nenhuma mudança e um aumento de 0,25pp”, acredita o banco. Já uma desvalorização para R$ 5,40 seria suficiente para o Copom deixar a Selic inalterada.

… O diretor da Wagner Investimentos, José Raymundo Faria Junior, avaliou ao Broadcast que só com a taxa de câmbio na faixa entre R$ 5,60 e R$ 5,70 é que a aposta em retomada do ciclo de aperto se tornaria mais realista.

… Ontem, o Itaú elevou a estimativa do dólar para R$ 5,50 em 2024 e 2025 (de R$ 5,30 e R$ 5,40 respectivamente), mas manteve a projeção de Selic estável até o fim do ano que vem, apesar de reconhecer os riscos maiores.

… A instituição financeira reviu ainda a previsão de inflação para 2024 e 2025 de 4,0% para 4,2%, incorporando uma aceleração do setor de serviços no próximo ano, em função do mercado de trabalho ainda mais apertado.

… Já o Bradesco, em relatório distribuído a clientes, projeta IPCA de 4,30% este ano, perto do teto da meta (4,5%), mas acredita que a inflação vai ceder a 3,4% em 2025, sem o impacto do El Niño e enchentes no RS.

… Os economistas do banco estimam dólar de R$ 5,30 no final de 2024, com Selic estável, e projetam que o repasse do choque recente no câmbio pode elevar a inflação em 0,50pp nos próximos quatro trimestres.

… Na mira do Copom, o real contou ontem com a queda firme do iene para ampliar a recuperação.

… A declaração do número 2 do BoJ, descartando nova alta do juro no Japão “enquanto os mercados estiverem voláteis”, devolveu atratividade ao carry trade, favorecendo moedas que oferecem juros altos (nosso caso).

… No fechamento, o dólar operava abaixo de R$ 5,65, após cair 0,57%, cotado no mercado à vista em R$ 5,6250.

… O real também é favorecido pela expectativa de que a Selic (mesmo estável) seguirá elevada, enquanto o Fed deve começar a cortar o juro em setembro. Acredita-se que essa equação possa incrementar o fluxo estrangeiro.

… Além disso, a alta das importações da China em julho animou os países exportadores de commodities.

… A curva do DI pouco conseguiu aproveitar o alívio ontem do dólar, porque a pressão das taxas dos Treasuries, atribuída a um leilão malsucedido de títulos do Tesouro americano, cortou o barato dos juros futuros por aqui.

… Mais cedo, os contratos chegaram a cair mais de 10pb, mesmo com o susto do IGP-DI de julho, que acelerou para 0,83%, contra 0,50% em junho, e superou o teto das estimativas do mercado financeiro, de 0,80%.

… Mas à tarde frearam o ritmo, praticamente zerando a queda. DI Jan/25 caiu a 10,690% (de 10,701%); Jan/26 ficou estável (11,530%); Jan/27, 11,68% (de 11,69%); Jan/29, 11,84% (de 11,830%) e Jan/31, 11,870% (11,880%).

BALA DE PRATA – A temporada dos balanços tem sido um diferencial para o Ibov amortecer os choques externos. Descolado ontem da piora de humor em NY à tarde, o índice à vista resgatou os 127 mil pontos.

… Em alta firme de 0,99%, fechou aos 127.513,88 pontos, com volume financeiro de R$ 21 bilhões. Na demonstração particular de força, 66 papéis (de 85) da carteira teórica da bolsa operaram no azul.

… GPA disparou 8,42%. Apesar de o grupo ter reportado prejuízo de R$ 332 milhões no 2Tri, o resultado veio 21,9% melhor do que um ano antes. Além disso, o Pão de Açúcar conseguiu reduzir a alavancagem no período.

… Impulso extra para o Ibov veio das ações mais sensíveis aos juros futuros. A curva do DI caiu quase o pregão todo, embora tenha praticamente zerado as quedas para o fechamento, de olho nas taxas dos Treasuries.

… Apesar da cautela de última hora, o DI ainda ajudou a puxar um rali em CVC (+9,94%) – que também operou à espera do balanço da noite -, Localiza (+9%), Magalu (+7,88%), LWSA (+6,45%) e MRV (+5,97%) e Eztec (+5,61%).

… Outro fator de suporte para a bolsa veio da virada à tarde para o positivo dos papéis PN do Itaú (+0,27%; R$ 33,77), no day after do balanço, e do Bradesco (+0,21%; R$ 14,09), que arrasou nos dois pregões anteriores.

… Já Bradesco ON caiu 0,24% (R$ 12,66), bem pouco se comparado à explosão recente. BB performou mal (-1,31%; R$ 26,30), na contagem regressiva pelo resultado após o fechamento. Santander cedeu 0,77% (R$ 28,17).

… Como as ações das blue chips das commodities recuaram só levemente, não comprometeram o dia no Ibovespa. Vale perdeu 0,19%, a R$ 57,20, apesar do crescimento observado nas importações da China em julho.

… Petrobras ficou de fora do avanço expressivo do petróleo Brent/out (+2,42%; US$ 78,33), que reagiu à queda dos estoques nos EUA. Petrobras ON caiu 0,15%, a R$ 39,06, e Petrobras PN, -0,14%, negociada a R$ 36,27.

EFEITO SUSHI – Avisado pelo vice do BoJ de que o juro japonês não vai subir enquanto o mercado global estiver no olho do furacão, o investidor reverteu as especulações hawkish que até aqui garantiram a escalada do iene.

… A moeda japonesa mergulhou fundo (-1,5%), a 146,95/US$, e garantiu alta de 0,22% ao índice DXY, a 103,197 pontos, que só não subiu mais, porque o euro (US$ 1,0926) e a libra esterlina (US$ 1,2697) oscilaram pouco.

… O câmbio aguarda as cenas dos próximos capítulos nos EUA, sob risco de novos ataques de pânico com uma recessão. Depois de a onda de turbulência recente ter derrubado os juros dos Treasuries, as taxas vão voltando.

… Ontem, a demanda abaixo da média em um leilão de Notes-10 anos puxou o rendimento do título do Tesouro americano deste prazo de 3,894% para 3,953%. O retorno do bônus de 2 anos subiu de 3,982% para 3,986%.

… Com os Treasuries rendendo mais, o investidor reduziu o interesse pelas ações das gigantes de tecnologia e abriu vendas. Nvidia recuou 5,12%. Teve ainda o tombo de 20% da Super Micro Computer após o balanço.

… Na metade do pregão, as bolsas em NY anularam as altas superiores a 2% exibidas pela manhã e viraram para o negativo: Dow Jones, -0,60% (38.763,45 pontos); S&P 500, -0,77% (5.199,50); e Nasdaq, -1,05% ( 16.195,81).

EM TEMPO… BANCO DO BRASIL teve lucro líquido ajustado de R$ 9,502 bilhões no 2TRI24, alta de 8,2% ante 2TRI223; margem financeira foi de R$ 25,549 bi, alta anual de 11,6%…

… Receitas com serviços somaram R$ 8,845 bi, alta de 6,7% em um ano; carteira de crédito foi de R$ 1,182 trilhão, 13,2% acima do 2TRI23; ativos somaram R$ 2,362 trilhões, alta de 12,4%…

… BB atualizou parte de seus guidances para o resultado de 2024; projeção para margem financeira passou a ser de alta entre 10% e 13% em relação ao ano passado; guidance anterior era de crescimento entre 7% e 11%…

… Para as provisões, banco passou a prever despesa entre R$ 31 bilhões e R$ 34 bilhões; anteriormente, esperava despesas da ordem de R$ 27 bilhões a R$ 30 bilhões…

… Também houve a revisão da perspectiva para o crescimento da carteira de negócios sustentáveis, que migrou da faixa de 5% a 9% para de 9% a 13%…

… Banco aprovou a distribuição de R$ 866,8 milhões em dividendos (R$ 0,1518/ação) e de R$ 1,795 bilhão em JCP (R$ 0,3144/ação), com pagamento em 30/8; ex em 22/8.

ELETROBRAS registrou lucro líquido de R$ 1,742 bilhão no 2TRI, alta de 7,6% na comparação anual; Ebitda regulatório recorrente somou R$ 6 bilhões, crescimento de R$ 484 milhões ante o mesmo período de 2023.

ENGIE teve lucro líquido ajustado de R$ 855 milhões no 2TRI24, alta anual de 6,1%; Ebitda ficou em R$ 2 bilhões, alta de 8,6% sobre 2TRI23…

… Empresa aprovou a distribuição de R$ 932,8 milhões em dividendos intercalares, o equivalente, a R$ 1,1432 por ação, com data de pagamento ainda a ser definida; ex em 22/8

ENERGISA teve lucro líquido consolidado de R$ 655 milhões no 2TRI24, queda de 0,3% ante 2TRI23; Ebitda foi de R$ 1,775 bilhão, alta anual de 0,2%…

… Empresa aprovou a distribuição de R$ 457,1 milhões em dividendos, o equivalente a R$ 1 por unit e R$ 0,20 por ação (ON e PN), com pagamento em 28/8; ex em 13/8.

COPEL registrou lucro líquido de R$ 473,6 milhões no 2TRI, alta de 53,9% na comparação anual; Ebitda ajustado somou R$ 1,280 bilhão, aumento de 5,7% em relação ao mesmo período de 2023.

MINERVA teve lucro líquido de R$ 95,4 milhões no 2TRI24, queda de 21% ante 2TRI23; Ebitda somou R$ 744,6 milhões, alta anual de 4,7%.

CVC teve prejuízo líquido de R$ 22,2 milhões no 2TRI24, queda de 86,7% ante 2TRI23; Ebitda ajustado foi de R$ 70,3 milhões, +R$ 83 milhões sobre o Ebitda do 2TRI23.

CASAS BAHIA registrou lucro líquido de R$ 37 milhões no 2TRI24 e reverteu prejuízo de R$ 492 milhões no 2TRI23; Ebitda ajustado somou R$ 452 milhões, queda de 3,5% na comparação anual.

C&A registrou lucro líquido de R$ 58,1 milhões no 2TRI24, ante R$ 3,2 milhões no 2TRI23; Ebitda ajustado somou R$ 359,5 milhões, alta anual de R$ 28,8%.

GUARARAPES registrou lucro líquido de R$ 57,015 milhões no 2TRI, revertendo prejuízo de um ano antes; Ebitda somou R$ 359,7 milhões, alta de 50,6% na comparação anual.

QUALICORP registrou lucro líquido de R$ 13,3 milhões no 2TRI, queda de 3,2% na comparação anual; Ebitda ajustado somou R$ 181 milhões, recuo de 7,1% em relação ao mesmo período de 2023.

TENDA registrou lucro líquido consolidado de R$ 4,5 milhões no 2TRI24 e reverteu prejuízo do 2TRI23; Ebitda ajustado consolidado somou R$ 91,2 milhões no 2TRI, avanço de 89,6% na comparação anual.

COGNA. Prejuízo caiu 82,4% no 2TRI, na comparação anual, para R$ 8,3 milhões; Ebitda ajustado somou R$ 481,6 milhões, alta de 13,15 em relação ao mesmo trimestre de 2023.

ULTRAPAR teve lucro líquido de R$ 491 milhões no 2TRI24, alta de 106% sobre 2TRI23; Ebitda ajustado somou R$ 1,3 bilhão, alta anual de 39%.

TOTVS registrou lucro líquido consolidado de R$ 120,7 milhões no 2TRI, alta de 16,2% na comparação anual; Ebitda somou R$ 276,3 milhões, aumento de 12,9% em relação ao mesmo período de 2023.

SANTOS BRASIL registrou lucro líquido de R$ 171,7 milhões no 2Tri, um aumento de 81,9% na comparação com o mesmo período de 2023. O Ebitda somou R$ 337,7 milhões no período, valor 52% maior do que no ano anterior.

JSL registrou lucro líquido de R$ 107,2 milhões no 2TRI, queda de R$ 47,8% na comparação anual; Ebitda somou R$ 543,5 milhões, queda de 11,4% em relação ao mesmo período de 2023.

DEXCO registrou lucro líquido de R$ 94,5 milhões no 2TRI, recuo de 40% na comparação anual; Ebitda somou R$ 635 milhões, queda de 3,6% em relação ao mesmo período de 2023.

RANDON registrou lucro de R$ 87 milhões no 2TRI, queda de 25,5% na comparação anual; Ebitda somou R$ 380,9 milhões, recuo de 14,3% em relação ao mesmo período de 2023.

ESTAPAR registrou lucro líquido atribuído aos controladores de R$ 3,7 milhões no 2TRI24, revertendo prejuízo de R$ 16,5 milhões no 2TRI23; Ebitda somou R$ 120,7 milhões, alta de 14,2% na comparação anual.

CBA registrou prejuízo líquido de R$ 74 milhões no 2TRI, 48% acima da perda de R$ 50 milhões reportada no mesmo período de 2023; Ebitda somou R$ 339 milhões, salto de 4 vezes na comparação anual.

AERIS registrou prejuízo líquido de R$ 3,1 milhões no 2TRI, queda de 66,9% na comparação anual; Ebitda ajustado somou R$ 70,6 milhões, redução de 31,3% frente ao 2TRI23.

TIM. Goldman Sachs elevou preço-alvo da ação da empresa de R$ 18,00 para R$ 18,80, reiterando recomendação neutra; revisão ocorreu em decorrência de menores projeções de custo de capital.

AOS ASSINANTES DO BDM, BOM DIA E BONS NEGÓCIOS!

*com a colaboração da equipe do BDM Online

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