Morning Call

Payroll nos EUA e PIB no Brasil fecham a semana

Atualizado 01/09/2023 às 01:23:54

Por Rosa Riscala e Mariana Ciscato*

[1/9/2023]

… Mais um importante indicador para ajustar as expectativas ao Fed será divulgado hoje nos EUA, o payroll de agosto (9h30), que pode confirmar as expectativas de manutenção do juro em setembro, se não surpreender com números ainda mais fortes do mercado de trabalho. NY terá, ainda, dois índices de atividade, na sequência dos PMIs no Reino Unido, Alemanha e zona do euro. De madrugada, o dado da China subiu para 51,0 (de 49,2 em julho). Aqui, o PIB/2Tri (9h) tem mediana de 0,30% na margem (Broadcast), após alta de 1,9%/ 1Tri. O dia será também movimentado pela XP Expert, com a participação de Arthur Lira (10h45), Gabriel Galípolo (11h45) e Rogério Ceron (15h25). Campos Neto fala em evento da Lide, em Washington (13h30).

… Para o PIB, as projeções vão de um recuo de 0,1% a uma alta de 1,1%. Considerando a mediana de 0,30%, a expansão na base anual no 2Tri deve desacelerar para 2,7% (de 4% no 1Tri). No acumulado de 2023, o mercado prevê crescimento de 2,4%.

… Economistas consultados pela AE dizem que, após puxar o crescimento do PIB nos três primeiros meses do ano, com salto de 21,6%, a Agropecuária deve perder impulso no 2Tri, contribuindo para moderar o ritmo de crescimento da atividade.

… Já os dados de Serviços no período surpreenderam positivamente, como efeito do aumento do Bolsa Família e do reajuste do salário mínimo, além do mercado de trabalho resiliente. Mas o Consumo das Famílias deve desacelerar na base anual.

… Para a Indústria, a previsão é de estagnação, com as condições financeiras restritivas e desaceleração da economia mundial.

… A desaceleração do PIB – embora esperada com a base inflada pelo agro no 1Tri – pode acentuar o debate fiscal, que ressurgiu com força. De um lado, por comprometer as expectativas de arrecadação e, de outro, estimulando as críticas ao PT.

… Agosto não foi ruim só para o Ibovespa, que teve apenas cinco pregões positivos e acumulou perdas de 5% no mês, mas não foi bom também para Haddad, que vinha num período de lua-de-mel com o mercado e, de repente, perdeu o encantamento.

… Três fatores podem explicar essa mudança que já atinge as expectativas: 1) o aumento da receita não prevê cortes, 2) o PT não esconde a pressão por mais gastos e 3) o infeliz episódio com Lira, que custou a prorrogação da desoneração da folha.

… O ministro ainda mantém o discurso de responsabilidade fiscal e seu empenho para equilibrar as contas públicas é reconhecido, mas são inevitáveis os questionamentos sobre o apoio de Lula. Até quando ele terá o aval do presidente?

… Na última queda-de-braço, o PT teria dado um prazo até o final do ano para a meta de zerar o déficit em 2024 se provar factível sem penalizar o crescimento. A discussão antecipada para mudar as metas fiscais acendeu o alerta.

… Nesta 5ªF, na apresentação do PLOA, o ministro disse que o potencial de arrecadação com a nova lei do Carf é “muito maior do que o mercado estima”, em torno de R$ 54,7 bilhões. Mas isso é um terço do necessário para cumprir a meta fiscal.

… Também a ministra Simone Tebet tentou manter o otimismo, dizendo que as medidas para arrecadar R$ 168 bilhões neste ano consideram receitas compartilhadas com Estados e municípios e que a parcela do governo federal é de R$ 124 bilhões.

… “Não houve aumento de despesas por parte da União. Para garantir os gastos públicos, eu preciso de R$ 124 bilhões.”

… Mas as declarações não aliviaram as preocupações do investidor, que pesam para os ativos domésticos, justamente quando os mercados em NY dão sinais de acomodação. Foi mais um dia difícil para a bolsa, o dólar e os juros futuros (leia abaixo).

PLOA – O Projeto de Lei Orçamentária de 2024, entregue pelo Ministério do Planejamento ao Congresso no final da tarde, segue a meta do arcabouço fiscal de déficit primário zero. O documento traz até mesmo um pequeno superávit de R$ 2,841 bilhões.

… O ceticismo do mercado com a meta está demonstrado no último Focus, que estima um déficit de 0,75% do PIB em 2024.

… O PLOA considera uma projeção de receita primária total de R$ 2,709 trilhões e receita líquida de R$ 2,191 trilhões.

… Para chegar a essas receitas projetadas, o governo conta com o voto de qualidade do Carf, a tributação de fundos fechados e offshore, a regulamentação da subvenção de ICMS e o fim da dedutibilidade dos Juros sobre Capital Próprio.

… O conjunto de MPs e projetos de lei precisa ser aprovado pelo Congresso antes da votação da peça orçamentária.

… De acordo com o PLOA, as despesas totais devem chegar a R$ 2,188 trilhões no próximo ano, acima do teto de R$ 2,093 trilhões para as despesas limitadas pelo arcabouço, cujo crescimento não pode ultrapassar 70% do avanço das receitas do governo.

… Para fechar a conta, o governo quer aprovar na LDO autorização para gastar R$ 32,4 bilhões a mais, como ficou combinado na votação da reforma tributária. Essa despesa está condicionada à aprovação de crédito adicional pelo Congresso.

… As receitas com concessões e permissões chegarão a R$ 44,4 bilhões em 2024. Já as receitas com royalties sobre a exploração mineral devem somar R$ 113,6 bilhões no próximo ano. O governo espera ainda receber R$ 41,4 bilhões em dividendos.

… Pelo lado dos gastos, estão previstos investimentos de R$ 69,7 bilhões e só com benefícios previdenciários, R$ 913,9 bilhões, além de R$ 380,2 bilhões com pessoal. Subsídios, R$ 21,2 bilhões. Sentenças judiciais e precatórios, R$ 27,5 bilhões.

… As emendas impositivas tiveram um aumento de 14% sobre o valor deste ano, somando R$ 37,6 bilhões.

… O novo PAC terá R$ 61,2 bilhões, quase 90% do piso de investimentos previsto no novo arcabouço fiscal, acrescidos de outros investimentos de empresas em que a União detém a maioria do capital social com direito a voto.

… A maior parte dos investimentos será feita pela Petrobras, na implantação e desenvolvimento da produção de petróleo e gás natural, com dispêndio de cerca de R$ 86,4 bilhões. No total, o Orçamento de Investimentos terá R$ 151,3 bilhões.

A ENTREVISTA – Após a entrega do PLOA ao Congresso, o secretário executivo do Planejamento, Gustavo Guimarães, iniciou seus comentários dizendo que “foi um desafio entregar esse projeto”, que os técnicos trabalharam a madrugada inteira.

… Já o número 2 da Fazenda, Dario Durigan, que também participou da coletiva, afirmou que o “ceticismo” sobre o compromisso do governo em cumprir o resultado primário neutro (meta de zerar o déficit) em 2024 “será superado”.

… “O ceticismo mais uma vez vai ser superado, a convicção da equipe técnica é sólida. Temos compromisso importante com o arcabouço fiscal. Vamos respeitar, jogar com todos os instrumentos, mas dentro das regras para estabilizar a dívida.”

… Durigan disse que todos os números e medidas têm 100% de embasamento técnico. Mais de uma vez, insistiu na coletiva que o PLOA “não tem qualquer criatividade”, nem “números inflados”, que o documento foi fechado “com equilíbrio”.

… Segundo ele, as projeções de receita são “conservadoras” e serão suficientes para arrecadar os R$ 168 bilhões necessários. Disse, ainda, que o resultado neutro de 2024 “será perseguido desde agora até o último dia de 2024”.

… Também o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, estava lá para defender o PLOA, afirmando que “se a gente mantiver a ancoragem das expectativas, temos potencial de gerar uma economia de R$ 500 bilhões em juros até 2026”.

… Ceron disse, ainda, que o governo conta com algumas ‘cartas na manga’ para garantir a meta de déficit zero em 2024. São pelo menos R$ 71 bilhões que dão alguma margem para o governo enfrentar eventuais frustrações no crescimento das receitas.

… Como exemplo, citou R$ 22 bilhões do empoçamento histórico médio do orçamento federal e R$ 20 bilhões não contabilizados de projetos, como o que muda as regras de fixação do preço de transferência, já sancionado.

… Além disso, citou os R$ 29 bilhões possibilitados pela banda da meta no novo arcabouço fiscal, de 0,25 pontos porcentuais. Na apresentação, a Fazenda estimou que essa “margem adicional a ser criada” prevê recursos de R$ 30 a R$ 50 bilhões.

OS VETOS DE LULA – O presidente Lula formalizou no Diário Oficial da União a sanção do arcabouço fiscal com dois vetos.

… Além de voltar a permitir descontos de despesas no resultado fiscal, vetou um trecho que “amarrava” o contingenciamento de investimentos, o que dá mais liberdade ao governo. Os dois vetos serão analisados pelo Congresso, que pode derrubá-los.

… O deputado Cláudio Cajado (PP), que foi o relator do arcabouço na Câmara, recebeu com insatisfação os vetos, afirmando que a meta fiscal saiu fragilizada. “Penso que o ministro Haddad está agindo de uma forma e o governo de outra”, disse ao Estadão.

… Segundo Cajado, com os vetos, o governo vai poder contingenciar só investimentos. “Não é justo, se o governo não quer nunca pensar em diminuir seus gastos, sacrificar o investimento não é a melhor opção para o momento.”

… O veto de Lula à proibição de excluir despesas da meta foi avaliado como um “mau sinal” do governo pelo economista-chefe e sócio da Warren Renascença, Felipe Salto, ex-diretor da IFI do Senado e ex-secretário de Fazenda do Estado de São Paulo.

PAYROLL – Encerrando a bateria de indicadores da semana, o relatório de emprego nos EUA poderá mostrar a criação de 175 mil vagas em agosto, pouco abaixo de julho (187 mil), com a taxa de desemprego mantida em 3,5%.

… O salário médio por hora trabalhada deve crescer 0,30% na margem, após 0,42% no mês anterior.

… Mas ainda que os números do payroll venham em linha com as expectativas não devem garantir que uma nova alta do juro está descartada. A manutenção é a aposta majoritária no CME Group para setembro, mas ainda tem chão até o fim do ano.

… Para o BMO, a mensagem consistente da Fed é de que os dados de um único mês não constituem uma tendência. “O que quer dizer que o esperado ritmo mais lento de contratações não seria suficiente para tirar da mesa outro aumento este ano.”

… O PCE de agosto, divulgado ontem, veio dentro do esperado, mas ainda veio “forte”, segundo a Oxford Economics, confirmando a aceleração da inflação. Para o Citi, o índice aponta para uma “força subjacente” que sugere uma desinflação muito gradual.

MAIS AGENDA – Antes do PIB, aqui, sai o IPC-S de agosto (8h), que deve cair 0,16% na mediana do Broadcast, após alta de 0,07% em julho. À tarde (15h), a balança comercial indica superávit de US$ 10,0 bilhões em agosto.

LÁ FORA – Além do payroll, saem nos EUA os dados de PMI industrial (PMI) de agosto medidos pela S&P Global (10h45) e pelo ISM (11h). Ainda na agenda: investimentos em construção em julho (11h) e Baker Hughes (14h).

… O PMI industrial final será divulgado também na Alemanha (4h55), zona do euro (5h) e Reino Unido (5h30).

… Participam de eventos públicos hoje os dirigentes do Fed Raphael Bostic (7h) e Loretta Mester, às 10h45.

CHINA – Cinco dos maiores bancos chineses cortaram as taxas de depósitos, no esforço coordenado para aliviar a pressão sobre as margens cada vez menores, em meio às dificuldades do setor imobiliário e economia vacilante.

FANTASIA E REALIDADE – Em mais um dia de estresse com o quadro de deterioração fiscal, os ativos domésticos não esconderam o sentimento de inquietação com o desafio do governo de perseguir o déficit zero em 2024.

… A convicção cada vez maior de que a promessa não vai se concretizar impôs cautela no último pregão do mês.

… Com apenas sete ações em alta, o Ibovespa (-1,53%) queimou quase 1.800 pontos nesta 5ªF e fechou na mínima do dia, abaixo dos 116 mil pontos (115.741,81), após ter terminado julho bem perto dos 122 mil.

… Agosto ficará guardado na memória como o mês em que a bolsa viveu uma rotina de perdas quase diárias. No mês inteiro, subiu em só cinco pregões e acumulou baixa de 5,09%, primeiro recuo mensal desde março.

… Assustou também em agosto a fuga de capital externo, de R$ 12,5 bilhões até o último informe da B3, de 3ªF.

… A debandada dos gringos tem sido sentida também no volume financeiro do Ibovespa, que ontem melhorou um pouco em comparação às últimas sessões, mas ainda continuou bastante limitado, em R$ 26 bilhões.

… A bolsa doméstica também foi abalada ontem pela mudança do voto de desempate no Carf, que aumenta o risco fiscal à Petrobras, e pela decisão do governo de acabar com os benefícios tributários na distribuição de JCP.

… Nos últimos dias, circularam rumores de que a o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, estaria negociando com Haddad o pagamento do passivo no Carf e que a estatal teria concordado em pagar R$ 30 bi ainda este ano.

… A empresa divulgou nota, duas semanas atrás, desmentindo estar em entendimento com a União.

… Agitadas ontem pelas possíveis perdas com a aprovação do projeto que restabelece o voto de qualidade do Carf, as ações da Petrobras se deram mal: PN caíram 2,08% (R$ 31,94) e ON perderam 2,70% (R$ 34,54).

… Desperdiçaram a chance de subir junto com o petróleo. O contrato do barril do tipo Brent para novembro (+1,86%, a US$ 86,83) completou sua sexta sessão consecutiva em alta e terminou agosto no azul (+2,3%).

… Foi impulsionado ontem pela notícia de possível corte na oferta pela Rússia na semana que vem. Além disso, os sauditas devem prolongar o corte voluntário de 1 milhão de bpd pelo terceiro mês consecutivo até outubro.

… No Ibovespa, a sessão também foi negativa para os papéis dos bancos, em meio aos ruídos do JCP. BB ON registrou queda de 1,57% (R$ 47,10); Itaú perdeu 0,87% (R$ 27,43) e Bradesco PN recuou 1,39% (R$ 14,95).

… Seja como for, a percepção no mercado é de que o Congresso e o governo não devem eliminar os juros sobre capital próprio (JCP) para os bancos, mas ajustá-los, ainda que isso deva representar perdas para o setor.

… Ontem à noite, o secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, disse que a preocupação com os JCP diz respeito aos “casos de abuso do instrumento”, que, em geral, “não estão ligados às instituições financeiras”.

… Entre as poucas ações que resistiram ao sell-off desta 5ªF, Vale (+0,15%, a R$ 65,08) subiu, ainda que muito menos do que o minério de ferro (+3,54%), que antecipou novos estímulos econômicos pelo governo de Pequim.

… Petz (+5,18%, a R$ 5,48) liderou os ganhos, em meio a rumores de possível fusão com a concorrente Cobasi, embora a terceira prévia do Ibovespa tenha confirmado que o papel deixará o índice a partir do mês que vem.

… Na ponta negativa, CVC (-9,49%) liderou as perdas e devolveu parte do rali recente com o pedido de recuperação judicial da 123milhas. A realização foi disparada pelo dólar, que encarece as viagens internacionais e passagens.

… GPA (-6,44%) seguiu ladeira abaixo, com investidores preocupados com a saúde financeira da companhia. Outras varejistas também caíram forte, refletindo o avanço dos DIs: Alpargatas (-6,56%), Magalu (-5,48%) e Soma (-5,43%).

… Eletrobras (ON, -2,83%; e PNB, -1,89%) voltou a acender a luz amarela do mercado, após o MME reiterar pedido pela suspensão do plano de demissão voluntária (PDV) depois do apagão, diante do risco à prestação de serviços.

NÃO COMPRA O OTIMISMO – Apesar das mensagens de tranquilidade que a equipe econômica procura transmitir de que está tudo sob controle no radar fiscal, o dólar está de volta a R$ 4,95 e o DI reprecifica as apostas para a Selic.

… Nos cálculos do economista Flávio Serrano (BMG) ao Broadcast, a curva projeta agora juro terminal de 9,50% no ano que vem, ao invés de 9,25%, e reduz de 20% para 10%-15% a chance de corte de 0,75pp no Copom deste mês.

… A chance de um relaxamento monetário já vinha sendo esvaziada desde que a Petrobras promoveu o reajuste pesado nos combustíveis e agora parece cada vez mais remota com o risco de as contas públicas não fecharem.

… A piora na percepção fiscal levou os juros futuros a saltarem ontem de novo, pelo segundo pregão seguido.

… No fechamento, o DI jan/24 subiu a 12,395% (de 12,367%  na véspera); jan/25, 10,545% (de 10,433%); jan/26, 10,165% (de 9,979%); jan/27, 10,380% (de 10,135%); jan/29, 10,840% (de 10,616%); e jan/31, 11,120% (de 10,899%).

… No câmbio, a pressão fiscal e o suspense com o payroll vieram a calhar para os interesses especulativos dos comprados na briga de virada de mês para a formação da ptax, que subiu 1,16% e fechou cotada a R$ 4,9219.

… No mercado à vista, a demanda defensiva levou o dólar a emplacar alta firme de 1,68%, a R$ 4,9511, resgatando especulações de que teste os R$ 5, se tudo der errado. O contrato futuro para outubro ganhou 1,37%, a R$ 4,9775.

SOBROU – Em linha com o esperado, o PCE nos EUA, que serve como melhor referência de inflação para o Fed, veio dentro do esperado em julho (+0,2%) e deixou para o payroll dizer se o juro deve ou não subir mais este ano.

… A pausa na próxima reunião (dia 20) está dada nas apostas do CME (89%) e, embora a precificação majoritária (54,5%) seja de que o ciclo de aperto acabou, o relatório de emprego ainda tem potencial para influenciar.

… Embora não tenha direito a voto este ano no Fomc, o Fed boy Raphael Bostic corroborou ontem a perspectiva de que altas adicionais no juro estão descartadas, ao alertar sobre o risco de o BC americano “apertar em demasia”.

… Ele refutou, porém, o apoio a um corte em breve do juro, que só é esperado pelo mercado para maio de 2024.

… A fala mais dovish de Bostic e o PCE comportado deram fôlego às bolsas em NY num primeiro momento.

… Mas o ânimo se dissipou ao longo do pregão, porque bateu a cautela com o payroll, que pode ser o dado decisivo da semana. O Dow Jones caiu 0,48%, aos 34.721,16 pontos, e o S&P 500 recuou 0,16%, para 4.507,54 pontos.

… O Nasdaq subiu muito pouco (+0,11%), a 14.034,97 pontos, e terminou o mês com queda acumulada de 2,17%, mas no ano (+34,09%) ainda é puxado pelo grande entusiasmo dos investidores com a inteligência artificial.

… O Dow Jones e S&P 500 fecharam agosto no vermelho, em -2,36% e -1,77%, respectivamente. O mês foi marcado pela escalada dos juros dos Treasuries e pela volta à cena da tese de que o Fed não tenha encerrado seu trabalho.

… Mas agosto terminou com acomodação nas taxas dos Treasuries, que voltaram a achar que BC americano vai deixar o juro onde está nas próximas reuniões. O yield da Note-2 anos caiu a 4,838%, contra 4,883% na véspera.

… O dólar subiu ontem não porque esteja projetando Fed hawkish, mas porque os BCs europeus podem estar perto de parar de subir o juro. Para Luis de Guindos (BCE), “parece que estamos chegando ao fim do aperto”.

… O economista-chefe do BoE, Huw Pill, sinalizou que o BC britânico pode ter atingido sua taxa terminal e advertiu sobre o risco de apertar demais o juro. A libra caiu 0,39%, a US$ 1,2669, e o euro perdeu 0,75%, a US$ 1,0850.

… Já o iene subiu 0,42%, para 145,49/US$, com notícias de um possível aumento do salário mínimo no Japão.

… O índice DXY, que mede o dólar contra outras seis moedas fortes, fechou em alta de 0,45%, a 103,619 pontos.

EM TEMPO… VIA (Casas Bahia e Ponto) contratou o Bradesco BBI, BTG Pactual, UBS Brasil, Itaú BBA e Banco Santander Brasil para coordenar potencial oferta de ações (follow on, no jargão de mercado) com valor estimado em R$ 1 bilhão.

MARISA LOJAS. O conselho de administração aprovou a proposta de grupamento das 342.842.912 ações ordinárias da companhia, na proporção de 5 ações por 1, sem alteração do capital social. Proposta será levada à AGE a ser realizada em 22 de setembro.

IRANI PAPEL E EMBALAGEM. Em fato relevante, comunicou a captação de R$ 300 milhões junto a bancos para, junto com recursos disponíveis em caixa, fazer a liquidação integral de debêntures da 3ª emissão no valor de R$ 505 milhões de principal.

MINERVA FOODS. Finalizou o processo de aquisição da Breeders and Packers Uruguay (BPU Meat), subsidiária da NH Foods Group (NH Foods). O investimento total será de US$ 40 milhões, segundo o comunicado ao mercado divulgado ontem à noite…

… Com a aquisição, a Minerva passa ter uma capacidade total de abate de 3.700 cabeças por dia, distribuídas por quatro unidades frigoríficas: Pul, Carrasco, Canelones e, agora, BPU.

… Nesta 5ªF, a Fitch Ratings reafirmou o rating ‘BB’ da Minerva, mantendo perspectiva estável.

MAIS FITCH. A agência anunciou também a revisão da nota de crédito de 15 instituições financeiras brasileiras após ter elevado o rating soberano do Brasil para BB, entre as quais, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco XP.

VALE. Conselho de administração aprovou a convocação da Assembleia Geral Extraordinária, a se realizar em 22 de setembro para a eleição de membro titular do conselho fiscal em substituição a Gabriel Galípolo, que renunciou em 24 de julho.

DEXCO. Informou, ontem à noite, que contratou instituições financeiras para estruturar duas potenciais novas emissões de notas comerciais escriturais, sendo uma da companhia, e outra, da sua subsidiária integral, a Duratex Florestal…

… O valor conjunto total de R$ 1,5 bilhão, podendo chegar a até R$ 1,875 bilhão.

AES BRASIL. Fechou com a Microsoft um contrato de compra e venda de energia pelo prazo de 15 anos. O fornecimento terá início em julho de 2024, a partir de seu complexo eólico Cajuína, atualmente em fase avançada de desenvolvimento.

GAFISA. Informou que “oportunamente” irá recorrer da decisão judicial que levou à penhora de todas as marcas da construtora para garantir o pagamento de uma dívida de R$ 1,4 milhão com um condomínio de luxo no Itaim Bibi, em São Paulo.

BRADESCO. Atlântica Hospitais e Participações, controlada indireta do Bradesco e de Bradseg Participações firmou um acordo com o Hospital Santa Lúcia (HSL), do Grupo Santa, e seus sócios para adquirir 20% do capital social do HSL.

… A família Leal, fundadora do hospital, permanecerá com 80% e as partes celebrarão um acordo de acionistas.

ZAMP. Decidiu em Assembleia Geral Extraordinária rejeitar a alteração do estatuto social para inclusão das cláusulas de poison pill.

BR PARTNERS. Banco fechou acordo que pode mudar a estrutura societária e levar a uma oferta de ações, quase dobrando o total de ações em circulação no mercado.

AOS ASSINANTES DO BDM, BOM DIA E BONS NEGÓCIOS!

*com a colaboração da equipe do BDM Online

AVISO – Bom Dia Mercado, produzido pela Mídia Briefing, não pode ser copiado e/ou redistribuído.

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